segunda-feira, 9 de junho de 2008

Quando crescer, vou ser... matemático!


Quando crescer, vou ser... matemático!
Saiba o que fazer para se tornar um cientista que lida com álgebra e geometria.

Atenção, atenção! Uma invenção revolucionária foi anunciada: um aparelho capaz de mostrar o que as pessoas guardam dentro do coração. As descobertas são surpreendentes. A menina que jurava detestar certo rapaz escondia o garoto dentro do coração! Também foram encontrados o bicho de estimação, pai, mãe, raiz quadrada... Raiz quadrada? Sim o coração ainda era cheio de incógnitas, potências e porcentagens! O pessoal achou estranhou e um médico foi chamado às pressas. Disse que quando a matemática não fica só na cabeça, mas invade o coração não tem jeito: quando cresce, a criança decide ser matemático!

Foi o que aconteceu com Susana Sheimberg de Makler, professora da Coordenação de Pós-graduação e Pesquisa em Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "No segundo grau, eu tinha facilidade com matemática e ajudava minhas colegas que tinham dificuldade com a matéria. Por isso escolhi ser matemática", conta ela. Já Arnaldo Nogueira, professor do Departamento de Matemática Pura, também da UFRJ, entrou na universidade para estudar engenharia e saiu... matemático! "Logo no início do curso vi que gostava mais da matemática e resolvei seguir a profissão", explica.

Se você pensa que só os alunos mais brilhantes da classe podem sonhar em ser matemáticos, está enganado. "Eu tinha facilidade com a matéria, mas não era nada extraordinário", conta a professora Suzana. Claro que a inteligência é fundamental, mas o aluno precisa saber formular respostas e também perguntas. "Na escola, o estudante está acostumado a resolver questões que já foram formuladas. Mas na matemática você tem que descobrir o caminho para fazer as questões. É uma outra forma de raciocinar", diz o professor Arnaldo.

O curso de matemática é oferecido em diversas universidades públicas do país. Na faculdade, o aluno irá aprofundar seus conhecimentos matemáticos. Ele estudará disciplinas como informática, álgebra -- que trata das relações e propriedades dos números por meio de símbolos -- e geometria -- a ciência do espaço, pois geo significa terra e metria, medida. Ao mesmo tempo, aprenderá a demonstrar os teoremas e as proposições matemáticas. Ou seja, o aluno não se limita a aplicar fórmulas, mas a determinar como elas foram construídas.

O matemático pode dedicar-se ao lado mais teórico e trabalhar com ensino e pesquisa nas universidades e centros de pesquisa. Já em empresas de engenharia, informática e economia, o cientista colabora no desenvolvimento de novas tecnologias e solução de problemas práticos. Nesse caso, ele transporta a realidade da empresa para modelos matemáticos, que correspondem a problemas que precisam ser resolvidos.

Se você guarda a matemática dentro do peito, já tem o primeiro requisito para seguir a profissão: gostar da disciplina. Além disso, segundo Susana Makler, o matemático deve ser uma pessoa perseverante. "Quem quiser ser matemático também precisa ter raciocínio coerente", completa. Para o professor Arnaldo, as características do futuro matemático são a dedicação, concentração e gosto pelo estudo. Ele garante que vale a pena dedicar-se e seguir a profissão. "Ser matemático não tem lado negativo. Só há coisas boas. Afinal, fazer matemática é a oportunidade de pensar em questões novas e refletir. Acima de tudo, é o desafio de desenvolver uma ciência", diz.

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