Antes de chegar à discussão da obrigatoriedade, reivindicada pelas secretarias estaduais de Educação, o exame terá de passar pela fase de expansão para poder ser aplicado em todos os municípios brasileiros, com estudos de viabilidade logística e de segurança.
A primeira etapa, de fragmentação, começa em 2010, quando o exame terá duas edições, uma em abril e outra em outubro. Tavares adiantou que as notas das duas provas serão comparáveis. “Na prática é como se fosse uma só avaliação, mas que pode se realizar em dois ou mais momentos do ano”, afirmou.
Na sequência, em anos posteriores, o exame poderá ser “quebrado” em edições menores, com aplicações regionalizadas de questões de abrangência nacional. “A metodologia deve garantir que os resultados de uma região possam ser comparados com os de outra”, ressalta Tavares. “Com edições menores fica cada vez mais fácil garantir a expansão”, acredita Tavares.
A expansão é a etapa intermediária entre o sistema atual, no qual o estudante submete-se voluntariamente à prova, e o futuro, no qual o exame pode se tornar obrigatório. “Os dois assuntos são vinculados”, reitera Tavares.
Segundo o diretor de avaliação do Inep, a obrigatoriedade é uma demanda das secretarias estaduais de Educação, que percebem que há escolas com problemas sérios que poderão ser melhor identificados com a participação de todos os estudantes no exame.
A decisão, no entanto, não caberá ao Ministério da Educação. “Nós estudaremos a expansão (do Enem) a todos os municípios e elas (as secretarias) providenciariam, por intermédio dos conselhos estaduais, a obrigatoriedade para todos os alunos do ensino médio”, destacou Tavares. A previsão, segundo o diretor de avaliação do Inep, é que o cronograma da expansão esteja elaborado até o final do ano que vem, com a ressalva de que a aplicação é etapa posterior.