quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sisu oferece 16 mil vagas em 35 universidades a partir de quinta-feira

Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil
Em Brasília

A segunda edição do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que entra no ar a partir das 8h de quinta-feira (10), vai oferecer 16 mil vagas em 35 instituições públicas de ensino superior. Podem disputar uma dessas vagas estudantes que tenham participado em 2009 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Das 35 instituições participantes, 15 são universidades federais, 18 institutos federais e duas universidades estaduais. Oito delas aderiram pela primeira vez ao sistema.

A ferramenta foi criada pelo MEC (Ministério da Educação) no ano passado para que estudantes disputem vagas em instituições públicas de ensino superior a partir do resultado do Enem, em substituição ao vestibular tradicional.

O estudante poderá se inscrever em até dois cursos, elegendo sua primeira opção. Durante o período de inscrição (de 10 a 14 de junho), o candidato poderá alterar suas escolhas se perceber que tem mais chances de passar em alguma outra instituição ou curso diferente do que escolheu inicialmente.

Ao final das inscrições, haverá três chamadas subsequentes. Quem for aprovado para sua primeira opção é automaticamente retirado do sistema. Já o estudante que for selecionado para sua segunda opção ou não atingir a nota mínima para nenhum dos cursos escolhidos poderá permanecer em uma lista de espera. Ao final das três chamadas, caso ainda existam vagas disponíveis, as instituições convocarão os candidatos a partir da lista de espera gerada pelo sistema.

Inscrições para o Enem começam dia 21 deste mês

Na edição deste ano, a novidade é que os estudantes terão de optar entre prova de inglês ou espanhol.

Os estudantes que quiserem participar da próxima edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deverão se inscrever entre os dias 21 de junho e 9 de julho. Os candidatos devem preencher os formulários exclusivamente pelo site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Na próxima semana, o edital de abertura das inscrições será divulgado com todos os detalhes da edição de 2010 da avaliação.

O presidente do Inep, Joaquim José Soares Neto, divulgou também que o estudante terá de optar entre uma prova de inglês ou espanhol. Os itens de língua estrangeira estarão dentro da prova de linguagens, que continuará com 45 questões. O exame será aplicado nos dias 6 e 7 de novembro. No primeiro dia, os candidatos responderão a 45 questões de ciências da natureza (física, química e biologia) e 45 de ciências humanas (geografia e história) das 13h às 17h30. No segundo, as provas são de linguagens (língua portuguesa, literaturas e inglês ou espanhol), matemática (45 questões) e redação. Os estudantes terão uma hora a mais para fazer os exames. Os resultados devem ser divulgados no início de janeiro.

Os presidiários também poderão participar da avaliação. No entanto, terão datas específicas para fazer inscrição (ainda não definidas). O coordenação de educação dos presídios será responsável pelo preenchimento dos formulários. As provas também serão realizadas em momentos distintos.

Segurança máxima

Na última edição do Enem, o Ministério da Educação enfrentou um grande desafio. Além de modificar toda a estrutura do exame – que ganhou quatro provas e uma nova metodologia de avaliação –, precisou criar novas estratégias de aplicação das provas, executá-las e corrigi-las em dois meses. "Estamos cuidando de cada passo da estrutura de elaboração e segurança do Enem", garante Neto.

A primeira prova precisou ser cancelada por causa de uma fraude às vésperas da data inicial de aplicação. Um funcionário da gráfica onde os exames foram impressos retirou um exemplar do caderno de questões e tentou vendê-lo a jornalistas. Depois da denúncia, feita pelo jornal O Estado de S. Paulo ao MEC, o contrato com a empresa encarregada da execução do Enem foi cancelado.

O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasília (UnB) e a Cesgranrio foram contratados em caráter emergencial para aplicar as provas, além de uma nova gráfica que imprimiu os testes. Depois da aplicação, houve falhas na divulgação do gabarito. Os episódios culminaram com a demissão do então presidente do Inep, Reynaldo Fernandes.

Por causa disso, algumas regras adotadas na ocasião serão mantidas. O Inep continuará contratando diretamente a gráfica que vai imprimir os testes – elaborados a partir de um grande banco de itens mantido pelo próprio órgão – seguindo rígidos critérios de segurança. Esses padrões estão sendo definidos junto com a Polícia Federal, mas incluem número e localização de câmeras de segurança, controle de entrada e saída de funcionários, cuidados de manuseio do material.

O Cespe e a Cesgranrio serão os responsáveis, mais uma vez, pela aplicação e correção dos cartões de respostas e das redações. De acordo com Neto, o consórcio será contratado por dispensa de licitação. Como o Enem se tornou um processo seletivo, ele afirmou que essa é uma estratégia possível para o ministério. Os órgãos de controle, como Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União, participaram de reuniões com o Inep e o MEC após o furto da prova do Enem, que culminou na contratação de emergência dessas empresas.