quinta-feira, 25 de junho de 2009

REDAÇÃO

Como fazer uma redação? Há alguma receita para se dar bem? A professora Thaís Nicoleti de Camargo preparou cinco dicas de um bom texto dissertativo --o mais exigido nos vestibulares. Thaís é consultora do Grupo Folha-UOL e escreveu o "Redação Linha a Linha" (Publifolha).

1 - Leia com atenção a proposta da redação

Hoje é comum que os exames vestibulares apresentem fragmentos de textos, imagens, quadrinhos ou fotos como estímulo à reflexão acerca de um tema. É importante fazer uso desse material de apoio, mas sempre com foco naquilo que foi proposto como recorte temático. O tema funciona como uma pergunta à qual se deve responder por meio do texto

2 - Valorize a questão


A questão proposta como tema não deve ser vista meramente como uma tarefa escolar a ser realizada. Procure valorizá-la, mostrar por que é importante discuti-la. Para tanto, é preciso situá-la, apresentar as circunstâncias que a tornam relevante. É isso o que vai despertar a atenção do leitor

3 - Crie uma estratégia argumentativa


Os temas dissertativos requerem posicionamento crítico por parte do candidato. Isso não significa necessariamente ser contrário ou favorável a determinada prática ou ideia. É preciso, entretanto, definir uma linha de raciocínio capaz de validar a ideia principal do texto. Dessa maneira, mostra-se ao leitor como as ideias se concatenam para fundamentar a ideia principal

4 - Fundamente as ideias


É importante que suas ideias sejam plausíveis, que você trabalhe com dados da realidade. Alguns vestibulares fornecem textos de apoio, que trazem informações úteis. Não basta, nesse caso, reproduzir essas informações. É preciso articulá-las em favor da defesa de seu ponto de vista


5 - Empregue linguagem compatível com o gênero do texto


Na situação de vestibular, você deverá desenvolver um texto escrito de acordo com a norma culta da língua. Isso significa que deve evitar gírias e outras formas de linguagem coloquial. Use vocabulário simples, porém preciso. Não há necessidade de usar “palavras difíceis”. O candidato deve construir frases coerentes, empregando adequadamente os pronomes e conjunções, de modo a garantir a coesão do texto

Por fim, uma dica da Thaís: "Escrever uma redação não é como preparar um bolo, ou seja, não existe uma receita a ser seguida passo a passo. O texto é produto de um processo de reflexão".

FAÇA UM SIMULADO DO NOVO ENEM

Oi Pessoal

O blog vai ajudar você a decifrar o novo Enem. A seguir, um simulado traz 100 questões de ciências humanas, ciências da natureza, matemática e português --as mesmas disciplinas que serão cobradas no exame do ENEM 2009.

É uma boa oportunidade para treinar para o novo processo seletivo das universidades federais. Tal qual o novo Enem, a prova privilegia o raciocínio, em vez da decoreba.

O simulado foi elaborado pelo COC, que o aplicou aos alunos da rede no início deste mês.

Para baixar a prova, clique aqui. O gabarito você encontra aqui; a resolução comentada, aqui.

Boa Sorte a Todos.

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Para se adaptar a novo Enem, vestibulando treina velocidade
















Lucas Zitti, 18, que presta vestibular neste ano para engenharia civil ou química (ainda não se decidiu), teve de alterar seu planejamento e sua forma de estudo devido às mudanças "em cima da hora" do Enem.

"O número de questões aumentou muito [de 63 para 180], então comecei a me forçar a resolvê-las mais rápido para dar tempo de fazer a prova toda."

Além de treinar "velocidade", o estudante do Etapa começou a se dedicar mais aos conteúdos priorizados no novo exame e que não eram tão cobrados no antigo modelo da prova. Ele concorrerá a vagas de universidades como Ufscar, UniABC e Unifesp, que aderiram ao novo Enem, de forma parcial ou total, já em 2009.

O jovem tem críticas em relação ao novo Enem. Na opinião dele, as mudanças não deveriam ter sido implementadas no mesmo ano em que foram anunciadas.

Ele ainda considera um erro do governo o investimento de tempo e de dinheiro em mudanças no ensino superior enquanto os ensinos fundamental e médio continuam com falhas graves.

"Como o governo não investe como deveria na educação básica, o aluno da escola pública vai ter dificuldades no vestibular, seja na prova do Enem ou em qualquer outra", opina.

Mas Lucas também enxerga pontos positivos no novo exame. Um deles é a possibilidade de o aluno concorrer a vagas de universidades federais fora de São Paulo sem precisar viajar para prestar vestibular. O outro é a economia com as inscrições, já que o aluno paga só a inscrição para o Enem e concorre a várias instituições.

Quem chutar no Enem terá pontuação menor, adverte Ministério da Educação.

RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo


O Ministério da Educação adverte: não adianta chutar no Enem. Será possível identificar, com base no padrão das respostas de cada candidato, quem acertou aleatoriamente uma determinada questão.

Mais: no cálculo da nota, o peso atribuído ao acerto do "chutador" será inferior ao dos que responderam de modo correto por dominar o tema.

O sistema antichute é uma das características da TRI (Teoria de Resposta ao Item), adotada no novo Enem. Criado para substituir o vestibular nas universidades federais, o exame ocorre em 3 e 4 de outubro.

Com a TRI, as perguntas são "inteligentes" --sabe-se o perfil de quem acerta com maior probabilidade as mais fáceis, as intermediárias e as difíceis.

Isso ocorre graças a um banco com milhares de respostas de alunos que atualmente testam as questões do Enem. Além de estabelecer padrões de resposta, o teste também seleciona quais serão as 180 questões que comporão o Enem.

Participam dessa etapa estudantes do segundo ano do ensino médio e universitários primeiranistas. Os alunos do terceiro ano do ensino médio, público-alvo do Enem, ficaram de fora --para não terem acesso a uma pergunta que possam encontrar no exame.

É o padrão das milhares de respostas que revela o chute. Estatisticamente, quem erra questões mais fáceis não acerta as difíceis. Do mesmo modo, os que acertam as mais complexas não erram nas simples.

"É assim que a TRI permite identificar prováveis chutes na hora de calcular a nota do estudante", diz Heliton Tavares, diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem).

O segredo: coerência

Com um mecanismo que detecta respostas fora do padrão, qual o segredo para ir bem em uma prova como a do Enem? Ter um índice de acertos equilibrado e "coerente", diz Tadeu da Ponte, coordenador do vestibular do Insper (ex-Ibmec-SP). A instituição adotou pela primeira vez a TRI no vestibular de 31 de maio. A vantagem, segundo ele: maior precisão para escolher candidatos --e um vestibular com um número menor de perguntas.

Acertos

Também em razão da TRI, a prova do Enem não será avaliada pelo percentual de acertos, como em um vestibular convencional. Embora também leve em conta quem acerta mais, o exame atribui um peso a cada pergunta ou grupo delas --assim, responder de modo correto oito em dez questões não representa 80% na nota final.

Tavares usa o esporte para comparar os dois mecanismos: o vestibular clássico é o futebol, em que fazer gol vale um; o Enem, o basquete --em que é possível, a depender da distância, fazer dois ou três pontos.

O resultado será específico para cada tema (português, matemática, ciências da natureza e ciências humanas). Não haverá nota, mas sim uma pontuação que, em uma escala, definirá o grau de habilidades e conhecimentos do aluno. O mais provável é que a escala vá de 100 a 500 pontos, diz o Inep.

Sobre a divisão de questões, diz o diretor do Inep, é provável que o exame tenha 25% de fáceis, 50% de intermediárias e 25% de difíceis.

Há necessidade de perguntas mais simples porque o Enem não será usado apenas como vestibular das federais. Servirá também para avaliar o conhecimento dos alunos que deixam o ensino médio, para aqueles que fizeram o antigo supletivo e para quem quer entrar no ProUni -programa que dá bolsas para alunos de baixa renda em universidades particulares.