segunda-feira, 9 de junho de 2008

Para que aprender matemática?


Livro mostra como cálculos, frações e proporções são importantes na vida cotidiana.

Você é daqueles que estremecem só de ouvir falar em cálculo, fração ou geometria? Acha que as aulas de matemática na escola não lhe servem de nada na vida prática? Então você precisa ler O jeito matemático de pensar. O livro, escrito pelo professor Renato Costa Valladares, mostra que o conhecimento dessa ciência é, sim, muito útil no dia-a-dia.

Segundo Valladares, que já lecionou em várias universidades fluminenses, a formação matemática básica ajuda a compreender fatos da vida, dos mais simples aos mais complexos. Os conhecimentos dessa matéria adquiridos no colégio são incorporados como uma cultura matemática. Muita gente não reconhece a importância do ensino da matemática porque esse acervo fica tão arraigado na memória que muitas vezes não é possível identificar em que situações é utilizado. "Trata-se de um problema de conscientização das pessoas", diz Valladares. "A solução é informá-las dos muitos usos da matemática. É possível e conveniente usá-la para viver melhor."

Para atingir esse objetivo, o autor dá diversos exemplos do uso cotidiano da matemática. Quando, para facilitar o entendimento de uma dimensão, um jornalista compara a área desmatada de uma floresta à de um determinado número de campos de futebol, ele utiliza o conceito matemático de proporcionalidade. Esse mesmo conceito é usado ao se analisar a planta de uma casa ou um mapa rodoviário e em situações que envolvem descontos, juros, multas, lucros ou impostos, entre muitas outras com as quais se convive diariamente.

Há pouco tempo, a 'maquiagem' de produtos foi manchete de jornais: fabricantes diminuíam a metragem de rolos de papel higiênico e a quantidade de biscoitos de um pacote sem reduzir os preços. Por medo de lidar com frações, muitos consumidores usavam as embalagens como unidade de medida e isso facilitou a fraude. Por meio de exemplos como esses, o livro ensina conteúdos úteis como geometria, cálculos, frações, otimização ou controle de orçamento.

Para ilustrar as conseqüências do mau uso da matemática, o autor conta histórias que ele chama de 'fábulas matemáticas'. Veja se você consegue descobrir onde está o erro na fábula A desonestidade de um garçom: "Três pessoas almoçaram em um restaurante e cada uma entregou ao garçom uma nota de 10, perfazendo um total de 30, para pagar a conta. O garçom entregou o dinheiro ao caixa, que devolveu 5, pois a conta era de 25. Como os clientes não sabiam o valor da conta, o garçom resolveu enganá-los. Embolsou 2 e entregou 1 de troco para cada cliente. Assim, cada cliente pagou 9, num total de 3 x 9 = 27, que somados aos 2 que ficaram com o garçom dão um total de 29. Como explicar o misterioso sumiço de 1?"

Para ajudá-lo em sua tarefa, Valladares recorre ao professor fictício Assis Bontempo, co-autor do livro. Ao descrever as aulas de Bontempo, ele mostra que é possível tornar o ensino da matemática agradável: basta ser criativo e utilizar nos exercícios exemplos tirados de situações cotidianas.

O jeito matemático de pensar
Renato J. Costa Valladares
Rio de Janeiro, 2003, Editora Ciência Moderna
362 páginas - R$ 35

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