A exemplo de ciências humanas e linguagens, a área de matemática e suas tecnologias do novo Enem (Exame do Ensino Médico) também deverá exigir maior capacidade de interpretação dos enunciados.
A análise é de professores de cursinhos pré-vestibulares que tiveram acesso ao documento que orienta como deve ser elaborado o exame, divulgado na última quinta-feira.
Para a coordenadora-geral do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, algumas questões poderão até fornecer fórmulas, pois o objetivo será avaliar a capacidade que o estudante tem de resolver problemas por meio das únicas ferramentas de que dispõe.
Outra característica é a presença de questões com respostas múltiplas, ou seja, o estudante deverá saber, por exemplo, qual o gráfico, a porcentagem e os valores que uma pergunta pede.
Para o coordenador de matemática do Anglo Vestibulares, Glenn Albert Van Amson, de acordo com o documento elaborado pelo MEC, a área de matemática e suas tecnologias terá questões parecidas com as da prova de matemática da primeira fase da Fuvest.
"Serão enunciados que exigem interpretação e trazem problemas ligados ao cotidiano, além de cobrar também a parte teórica da matemática", explica o professor.
A exigência de mais capacidade de interpretação e contextualização do aluno, no entanto, não deverá dificultar a resolução das questões.
"Creio que o novo formato trará mudanças sutis até que o ensino médio se adapte à nova realidade", explica Amson. O professor afirma ainda que, para alguns estudantes, a interpretação poderá tornar a prova mais fácil.
Os especialistas dizem que, para o aluno se sair bem, continua sendo essencial estudar álgebra, razões, proporções, trigonometria e outras operações. O diferencial é que, como acontece na primeira fase da Fuvest, o aluno deverá iniciar a resolução da questão pelo entendimento e interpretação do texto e depois usar os conhecimentos teóricos e práticos para encontrar a resposta certa.
A matemática é considerada uma das áreas do conhecimento mais difícil de ser dominada. Por isso, os professores são unânimes em afirmar que, independentemente do estilo de pergunta, a matemática exige treino.
A prática constante de exercícios e soluções de problemas é a única forma de o estudante se manter calmo e seguro na hora do exame.
Para isso, é necessário que o aluno complemente os seus estudos nas horas vagas.