Exame terá 180 questões "117 a mais que no ano passado", aplicadas em dois dias. Apesar de o candidato ganhar seis horas a mais para responder, só serão três minutos para resolver cada ponto.
Uma das novidades do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que tem preocupado estudantes é o tempo de duração das provas. Com mais questões - passou de 63 para 180, um acréscimo de 117 quesitos - as horas destinadas à avaliação também aumentaram, passando de quatro para 10, distribuídas em dois dias.
Mesmo assim, os feras temem que o tempo seja pouco, diante de uma prova cujos enunciados são longos e exigem interpretação. Ficar atento ao relógio é a dica dos professores. Até porque, com a inclusão do Enem nos vestibulares das principais universidades públicas, o exame deixa de ser avaliatório e ganha caráter classificatório.
No primeiro dia de provas, em 3 de outubro, os estudantes terão quatro horas e meia para fazer 45 questões de ciências da natureza (química, física e biologia) e 45 de ciências humanas (história e geografia). Os quesitos serão de múltipla escolha. No domingo, há mais uma hora, ficando a avaliação com cinco horas e meia, pois há a redação, além de 45 questões de matemática e 45 de português e literatura.
Alunas do 3º ano do Colégio Damas, nas Graças, Gabriela Soares Araújo e Priscila Ferraz, ambas com 17 anos, participaram recentemente de um simulado, na escola, com o mesmo número de questões do Enem e tempo igual. Saíram cansadas da maratona de provas. ?É muito quesito para resolver. O segundo dia ainda é mais cansativo, pois tem a redação. Sem esquecer que temos que reservar um tempo para marcar o gabarito?, diz Gabriela, candidata ao curso de engenharia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
"No vestibular da UFPE, as questões são mais objetivas. No Enem, não. Pretendo começar pelas matérias de que gosto mais, português e história", conta Priscila, fera de jornalismo. "Cada questão
parece um livro, de tão grande que é o enunciado. Muitas vezes vamos ter que ler duas, três vezes, para entendê-la, até porque as disciplinas estarão misturadas. Fico preocupada de não dar tempo e ter que chutar para não deixar nada em branco", afirma Priscila Oliveira, 16, aluna do último ano do ensino médio da Escola Estadual Diário de Pernambuco, no Engenho do Meio.
Ela tentará secretariado na UFPE e história na Rural. Professor de cursinho há mais de 20 anos e experiente quando o assunto é preparar feras para o vestibular, Fernando Beltrão também está apreensivo com o tempo que os estudantes terão no Enem. ?Até o ano passado, o exame tinha 63 questões para quatro horas de avaliação, o que dava uma média de 3,8 minutos para resolver cada quesito. Agora serão três minutos, levando em conta que uma hora vai ser para a redação?, observa Fernando. O Ministério da Educação (MEC) prometeu, desde maio, divulgar um modelo de como será o novo Enem, mas até agora não liberou o simulado.
"Ainda não sabemos como será a prova. É importante que o MEC divulgue o simulado o mais rápido possível para acalmar os alunos, para que eles percebam que não haverá nenhuma caça às bruxas", destaca Fernando. Mas o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pelo Enem, informou que não há previsão de quando o modelo do exame será divulgado.
HORÁRIO ESPECIAL
Estudantes cujas religiões guardam o sábado terão o mesmo tempo para fazer o Enem, com a diferença de que ficarão em quarentena até o horário que for permitido para eles começaram as provas. Segundo o Inep, esses candidatos deverão comparecer aos locais de prova junto com os demais. Eles serão acomodados em um local especial e, no fim do dia, receberão os testes.
Quem se enquadra nesse caso e ainda não está inscrito no exame deve informar no formulário, assinalando que necessita de atendimento especial. Aqueles que já se inscreveram e não prestaram a informação, podem fazê-lo no sistema de acompanhamento, no site do Inep, até sexta-feira.
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