Quem acerta mais questões tira a nota maior, certo? No novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a respostaóbvia não é verdadeira.
Ontem o Ministério da Educação (MEC) informou que a pontuação vai depender do grau de dificuldade das questões. O Enem acontece nos dias 3 e 4 de outubro e terá, no total, 180 quesitos de múltipla escolha divididos em provas que contemplam quatro áreas de conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas), além da redação.
Um quarto de cada uma das provas será composto por questões fáceis e dois quartos por questões com grau de dificuldade intermediário. O outro quarto será formado por perguntas mais difíceis. O fera que conseguir acertar essas questões certamente terá a nota maior que a do colega que acertou apenas questões fáceis, embora mais numerosas. Esse é o conceito da Teoria de Resposta ao Item (TRI), sistema de correção que será adotado pelo MEC neste ano.
Para saber se uma questãoé fácil ou difícil, o MEC testou milhares delas com centenas de alunos de todas as regiões brasileiras. Com base no acerto desses estudantes, foi possível escalonar os quesitos.
Os feras do 3º ano, público-alvo do Enem, não participam dos testes. "Assim como em algumas escolas as notas vão de 0 a 10, no Enem é provável que a escala vá de 200 a 800 pontos, com média
de 500", explicou o diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), Heliton Tavares. O Inep é o órgão que aplicará o Enem em todo o país.
Tavares afirmou que haverá uma nota para cada uma das quatro áreas de conhecimento e uma quinta nota para a redação. Não haverá uma nota geral. A previsão é que o resultado da parte objetiva seja divulgado no dia 4 de dezembro e o resultado final, com a redação, saia no dia 8 de janeiro.
Com o método de correção TRI, o candidato não conseguirá calcular a própria nota, como acontecia nos vestibulares anteriores. "Um programa de computador fará o cálculo levando em consideração o padrão de resposta (quais questões foram mais acertadas e quais menos) e não somente o número de acertos", justificou Heliton.
O sistema de teoria de resposta ao item já é adotado no Saeb e na Prova Brasil, avaliações federais da educação básica, além de exames internacionais como o Toefl, de proficiência em inglês. De olho no novo método, o fera Waslley Ribeiro, candidato a uma vaga no curso de ciência da computação da UFPE, já redobrou a carga horária dos estudos. "Estou revendo os conteúdos e lendo mais.
O importante é fazer o melhor possível, não perder tempo tentando calcular uma nota hipotética", afirmou o estudante de 20 anos, aluno da Escola Estadual Governador Barbosa Lima.
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