Não estranhe se o seu colega acertar menos questões que você e ganhar mais pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É que o novo exame vai avaliar o esforço do estudante para responder cada uma das questões. Então, esqueça a maratona e pense em uma prova de salto em altura, onde o que interessa não é quantas vezes você salta, mas a altura do obstáculo.
A comparação foi feita por Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pelo Enem, para explicar o exame que tem em sua formulação a Teoria da Resposta ao Item, conhecida pela sigla TRI. Essa teoria é um conjunto de modelos matemáticos, já usado em exames nacionais e internacionais como o Pisa, que avalia, entre outros aspectos, o tipo de conhecimento que cada questão exige do candidato.
Na hora do teste, os candidatos não saberão quais questões valem mais ou menos pontos. Todas terão passado antes por um pré-teste (aplicado pelo MEC em escolas e universidades) para comprovarem o grau de dificuldade e o perfil do aluno que as acerta. Assim, elas serão ordenadas nos níveis fácil, intermediário e difícil.
Em qualquer exame, há questões mais complicadas do que outras. A diferença é que, com a TRI, os itens mais
difíceis valem mais pontos que os demais. Dessa forma, será possível acertar menos e ter pontuação maior.
Outro efeito da TRI é que o candidato não terá uma nota, mas uma pontuação. Mesmo que o gabarito indique 20 acertos em 40 questões, isso não indicará metade de aproveitamento. O desempenho será medido de acordo com a dificuldade das questões que o candidato acertou.
Conforme o consultor do Inep Dalton de Andrade, professor do Departamento de Informática e Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o modelo é capaz de indicar com precisão quais os conhecimentos que o estudante domina e quais não domina em cada área. Assim como as questões, que se apresentam em uma escala de dificuldade, o Inep promete divulgar o desempenho detalhado dos alunos em diferentes níveis.
– Queremos ir além de uma nota. Vamos informar o nível de conhecimento de cada estudante, diferentemente dos vestibulares. A TRI tem a vantagem de diferenciar indivíduos e produzir resultados mais justos e confiáveis, valorizando sempre o mérito – diz Heliton Ribeiro Tavares, diretor de avaliação de Educação Básica do Inep.
Preste atenção
O Enem terá 25% de questões fáceis, 50% intermediárias e 25% difíceis. O MEC conhece o perfil do estudante que acerta cada tipo de questão e vai identificar o chute
Um comentário:
Acho injusto que a maior pontuação esteja nas questões de exatas. Isto significa que as pessoas que dominam Humanas vão se dar mal. É um critério extremamente injusto.
Postar um comentário